A BRF - Brasil Foods e o grupo irlandês Carbery anunciaram ontem uma
joint venture para processamento de proteínas de soro de leite -
subproduto da fabricação de queijo que há até pouco tempo era jogado
fora pelas fábricas brasileiras. A participação na joint venture é de
50% para cada empresa, que juntas vão investir US$ 50 milhões em
projetos que incluem uma nova fábrica, em local não informado.
Segundo
fontes do setor, porém, a nova fábrica deve ser erguida em Terenos
(MS), onde a companhia comprou, em novembro de 2011, o laticínio
Heloísa, por R$ 122,5 milhões. A construção da fábrica, segundo a BRF,
deve começar em breve e a previsão é de que as operações tenham início
em 2014.
Há pouco mais de cinco anos, a maior parte do soro de
leite produzido no Brasil era jogada fora. A partir de 2008, o produto,
que era importado pelo País, passou a ser processado aqui por algumas
empresas.
Atualmente, o Brasil tem capacidade de processamento
do soro de leite que gira entre 100 mil e 140 mil toneladas. O País
também importa de 30 mil a 35 mil toneladas do produto ao ano, segundo
Otávio A. C. de Farias, especialista no mercado de lácteos e
ingredientes do leite e dono da consultoria Alliance Commodities -
Brasil.
"Existem 14 fábricas que fazem o processamento no País,
mas nem todas rodam o ano inteiro processando o soro. A produção ainda é
em pequena escala e não abrange os produtos de maior valor agregado que
podem ser extraídos do soro de leite", afirma o especialista.
A
nova fábrica em joint venture com a empresa irlandesa, segundo a BRF,
se dedicará à produção de ingredientes nutricionais de alto valor
agregado, usados no processo de fabricação de alimentos infantis e
alimentação esportiva. Um dos produtos resultantes do processamento do
soro de leite, o permeado de soro de leite, poderá ser usado pela
própria BRF para ração animal, segundo fontes do mercado.
"A BRF
fez um ótimo negócio ao investir nesse setor, não só para usar os
produtos em sua própria cadeia de produção, como para vendê-los a outras
indústrias", diz Farias, da Alliance. A BRF também usa derivados do
soro de leite na fabricação de sorvetes, alimentos processados e
produtos lácteos em geral.
Hoje, a producao mundial de soro de
leite é de aproximadamente 190 milhões de toneladas, expressas em Soro
Líquido, conforme dados da Alliance Commodities. Os Estados Unidos e a
União Europeia são os líderes dessa produção, responsáveis por 70% do
volume. Já o mercado de ingredientes de soro de leite - produtos de
maior valor agregado - é de cerca de 3,2 milhões de toneladas ao ano.
"Só o mercado de proteínas do soro de leite movimenta anualmente cerca
de US$ 3,8 bilhão", diz o consultor. Hoje, a tonelada de soro de leite
processado está cotada a aproximadamente US$ 1,3 mil - o dobro dos
preços praticados em 2007.
A matéria é de Lílian Cunha do O Estado de S.Paulo
“Quando a última árvore for derrubada, quando o último rio for envenenado, quando o último peixe for pescado, só então nos daremos conta de que dinheiro não se come”. Provérbio Indígena
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