Encontrar uma maneira de trabalhar no campo
seguindo sua cultura e tradição diferenciada é o principal tema do
debate entre representantes dos povos e comunidades tradicionais na
primeira oficina de constituição da Rede Temática de Assistência Técnica
e Extensão Rural Quilombola. O evento, promovido pelo Departamento de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (Dater /MDA) e pela Coordenação Geral de Políticas para Povos e
Comunidades Tradicionais (CGPCT/MDA), começou nesta terça-feira (25) e
termina na quarta-feira (26).
O coordenador-geral de Políticas para Povos e
Comunidades Tradicionais do MDA, Edmilton Cerqueira, aponta que o
encontro vai servir como base para estruturação da rede que pretende
qualificar especificamente povos e comunidades tradicionais levando em
consideração suas características. “O MDA está proporcionando esse
momento porque foi uma necessidade levantada por eles e queremos
ouvi-los e ajudá-los”, explicou.
A criação da Rede Temática de Ater Quilombola foi uma
das propostas aprovadas durante o 1º Seminário Nacional de Ater
Quilombola, realizado em março deste ano. Como primeiro passo, a oficina
reúne representantes de entidades oficiais e da sociedade civil
prestadoras de Ater e da Coordenação Nacional de Articulação das
Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
Para o coordenador nacional da Conaq, Denildo Moraes,
a oficina é importante para que seja reforçado o conceito de que o
campo é múltiplo, tem diversidades e que os povos e comunidades
tradicionais estão inseridos nesse universo. “As comunidades quilombolas
são diferentes em vários quesitos, por isso, tem que haver uma
discussão de Ater específica para esse público. Queremos que as
entidades prestadoras de Ater também levem em consideração essa
diversidade”, ressaltou. “Temos que entender Ater dentro de um conjunto
mais amplo, que não vem só com o técnico, é um conjunto de metas e
respostas que vem para atender esse povo”, concluiu.
Lúcia Helena Ramos, representante da entidade
prestadora de Ater, que atua em Pernambuco, Instituto Vida, espera que
por meio da criação da Rede Temática de Ater Quilombola seja possível
articular todas as entidades que trabalham com essa atividade. “Isso é
importante porque é uma forma de darmos uma visibilidade maior para as
políticas e atividades que estamos promovendo com as comunidades”,
afirmou.
Com a expectativa de que se forme uma rede temática
que discuta fundamentalmente as atividades e ações inerentes à produção
dos povos e comunidades tradicionais, Samuel Feldman, representante da
Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), descreve a oficina
como um momento fundamental para reafirmar a história e cultura desses
povos. “É uma tradição que precisa ser preservada, que têm valores que
precisam ser recuperados, pessoas que precisam produzir, se sustentar e
sobreviver dentro do universo da agricultura familiar”, pontuou.
Redes Temáticas
As redes temáticas foram
criadas em 2007 com o objetivo de fortalecer e qualificar temas
significativos para a agricultura familiar. Atualmente, estão em
funcionamento 13 redes que envolvem mais de 500 agentes de assistência
técnica e extensão rural e suas respectivas entidade
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