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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Tecnologia converte esterco de vaca em água potável



Já existe uma tecnologia capaz de converter esterco de vaca em água potável. Além disso, mediante essa tecnologia, que consiste em um digestor anaeróbico acoplado a um dispositivo de ultra-filtração e, posteriormente, a um sistema de membranas, extraem-se nutrientes que poderiam ser utilizados como fertilizante agrícola.

A gestão do esterco é um grande problema para o setor agrário. Com a intenção de resolver isso, um grupo de estudantes da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, começou um projeto há dez anos que agora está em fase de finalização. Trata-se de um sistema que recolhe esterco e o converte em água suficientemente limpa para que o gado beba. Isso é feito através de um digestor anaeróbico que separa os nutrientes. Além disso, durante o processo, extraem-se nutrientes que podem ser reutilizados como fertilizante.

De acordo com o Centro Tecnológico Ainia, o sistema está composto por um digestor anaeróbico que utiliza os resíduos, como por exemplo, o esterco, para produzir energia, acoplado a um dispositivo de ultra-filtração (um stripping com ar que recupera o nitrogênio), que mediante a ultra-filtração e a osmose, produzem água limpa.

Dessa forma, no processo, intervêm três tecnologias:

- Digestão anaeróbica: processo biológico pelo qual a matéria orgânica no esterco se transforma em biogás (um gás combustíveis que pode ser utilizado para produzir energia) e um digerido que contém o resto da matéria orgânica, que não se degradou durante o processo, que contém nutrientes que podem ser utilizados na agricultura.

- Stripping: processo no qual se faz passar ar quente em contracorrente no digerido para extrair o nitrogênio amoniacal, que ficaria na corrente de ar e que depois se pode recuperar com uma lavagem ácida. O produto resultante (sais de amônio) é valorizável na agricultura.

- Membranas: o material resultante, ainda que em sua maioria seja água, todavia contém matéria orgânica. A tecnologia de membranas permite obter água limpa, habitualmente combinando etapas de filtração de tamanho de poro decrescente. Por exemplo, uma ultra-filtração seguida de uma osmose inversa. 

O Ainia pesquisa digestão anaeróbica de diversos resíduos e subprodutos orgânicos, incluindo estercos. Além disso, também se tem trabalhado na recuperação do nitrogênio mediante stripping com ar a partir de digeridos, de forma que em suas plantas piloto já se podem reproduzir e otimizar ambos os processos. 

http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/tecnologia-converte-esterco-de-vaca-em-agua-potavel-89693n.aspx