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sábado, 20 de julho de 2013

Lagarta Helicoverpa: mais um sério problema



A lagarta Helicoverpa armigera (Lepidoptera; Noctuidae) vem atacando as culturas de soja, milho e algodão e já causou danos significativos para os produtores rurais, com prejuízos estimados em R$ 2 bilhões, nas duas últimas safras, no Brasil.

Os estados brasileiros que já foram afetados por essa praga são MT, MS, MG, BA, PA, GO, PR, SP, MA e PI. Em março último foi decretada situação de emergência fitossanitária na Bahia, Estado que mais tem sofrido com essa praga, com prejuízos calculados em R$ 1 bilhão. No algodão, os gastos passaram de US$400 para US$ 800 por ha.

Na Austrália, os produtores tiveram quebra de safra de algodão por três vezes, por causa dos problemas com pragas, inclusive com a Helicoverpa, e convivem com essa há mais de dez anos.

Na safra 2011/12, pesquisadores da Fundação Mato Grosso encontraram H. armigera em lavoura de milho, na região Sul e Sudeste do Estado. A olho nu parece-se com a lagarta das maçãs Heliothis virescens. O trabalho conjunto entre a Fundação MT, Universidade Federal de Goiás e EMBRAPA possibilitou a identificação da espécie da Helicoverpa presente em lavouras de feijão, sorgo e milheto, além de soja, milho e algodão, no Brasil.

A lagarta é muito agressiva, ataca folhas de plantas, vagens e consomem os grãos. Na cultura do algodão alimenta-se das folhas, flores e maçãs. Na Bahia, chegaram a fazer mais de 6 aplicações de inseticida. É uma praga com alta capacidade para adquirir resistência.

Tecnologia como o uso de cultivares resistentes deve ser adotada.

O monitoramento da lavoura é recomendado, enquanto não há um protocolo de manejo para o controle dessa praga.

Insetos do gênero Trichogramma são microvespas que parasitam os ovos de lepidópteros nocivos ao algodoeiro. A eficiência de parasitismo alcançada pela utilização de Trichogramma, visando à contenção de surtos populacionais do complexo de lagartas das maçãs, é da ordem de 70 a 80% para as lagartas dos gêneros Heliothis/Helicoverpa (Saran et al., 2007).

Com o intuito de conter H. armigera, praga quarentenária A-1, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) autorizou a importação e aplicação de produtos registrados em outros países, que tenham como ingrediente ativo único o Benzoato de Emamectina. A autorização foi publicada no DOU, em 4 de abril de 2013.

A inserção para utilização dessas substâncias foi concedida em caráter emergencial após negociações entre o MAPA, Ministério da Saúde e Ministério do Meio Ambiente, no âmbito do Comitê Técnico para Assessoramento de Agrotóxicos. Em 14 de março de 2013, o MAPA, também, publicou a autorização do uso de dois produtos biológicos (vírus VPN HzSNPV e Bacillus thuringiensis) e três químicos (Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe) no combate à praga. Estes 5 agrotóxicos já possuem registro no Brasil.

Para regulamentar o uso de Benzoato de Emamectina, o MAPA irá publicar uma Instrução Normativa. Entre as principais regras destacam-se, aptos a usar o produto contendo o ingrediente ativo, as associações ou sindicatos de produtores rurais, cooperativas ou os próprios produtores, a partir dos planos técnicos aprovados pelas autoridades fitossanitárias dos estados.

A aplicação também será acompanhada por fiscais estaduais agropecuários e supervisionada por fiscais federais agropecuários. As propriedades que utilizarem os produtos serão objeto de fiscalização de uso, sendo monitoradas também as doses, número de aplicações e tecnologias utilizadas. O produto importado já é adotado no controle da lagarta, em países como os EUA, Japão, União Europeia e África.

Referência

Saran, P.E.; Thomazini, D.; Serra, A.P.; DeGrande, P.E. Manual dos insetos benéficos do algodoeiro. FMC. 2007. 220 p.

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